terça-feira, 14 de março de 2017

Em sistema estrangeiro

Não faço parte dos seus projetos
Não sou uma curva na estrada
Eu sou a estrada

Você diz ter meu guia de fábrica
Sempre me ferindo
Sangue do seu sangue
Minha vida pulsa só

Bati as asas
Sempre tão desprotegido
Cai do ninho e ganhei o mundo

Com os olhos virados
E razões circulares
Aprendi a ser só

Eu sei
No fundo, no fundo, devia haver alguma lógica
Eu sei
Talvez hoje a gente possa fingir que não existiu
Eu sei
Mas eu estou aqui
Ainda existo
E talvez não queira voltar atrás

Sinto muito
Vou puxar o gatilho

Não orbito em sistema estrangeiro
Nem sou caixa de areia
Cicatrizei essa ferida

Eu sou o sol
E queimarei seus olhos
Irradiando por todos os espaços
Vocês me sentirão mesmo na sombra




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