terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Rider

Você apareceu no meu céu
Em uma noite sem lua
Tornou a estrada menos sinuosa
Constante
Mas ela voltou de repente
Reclamando o que lhe pertence
Na profecia do amor nos tempos do cólera

O homem pode ser o senhor do seu destino
Mas nem sempre o de sua felicidade
Num paradoxo que transpassa minha alma 
Eu não escolho sentir 

Envolto em triângulos forjados 
Medos exagerados 
Em um dentro fora 
De quem parece me testar 
Sou paciente
Não pretendo rasgar nossas almas 

Entreguei as fichas
Dei meu all in 
Mas ela apresenta sinais confusos
Inseguranças
Na rodada das nossas vidas
No cair do pano

Sou um corredor 
E já atravessei noites tenebrosas 
Me fizeram melhor
Não temo mais nada

O amor é dessas forças inexplicáveis
Que embora irracionais 
Iluminam tudo que encontram pela frente

Se eu dissesse que depende de mim 
De escolher 
De te querer 
Seria o pior dos homens

Estou à deriva
Espero por vento bom 
Prospero 
Profético!

Mas se o vento não chega
E a tripulação começar a surtar de ansiedade e pavor
No meio de um oceano tão vasto e que nos faz tão solitários 
Eu tomarei o leme 
Recobrarei meus cálculos 
E se sua estrela ainda brilhar 
Mirarei seu rumo 

"I'm a rider 
A ghetto survivor"

Eu estou tentando...
Não quero ser mais um
Mas não me peça mais do que posso dar





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Vermelho, azul e branco


Minhas mãos estão atadas
Não há muito o que fazer
Coloquei todos os batalhões em marcha
Respirei fundo
Sentei-me ao lado da cama
Estive comigo por uns momentos

Com ou sem você?
Fiz conexões em todos os aeroportos
Tentei ligar os pontos
Busquei o que de mais raro existia no meu acervo

Elevei minha adrenalina
Mudei minha pulsação
Guardei esse segredo

Patino em minha razão
Sem sair do lugar
Mudei a jurisdição
Essa decisão
Não me pertence mais

Em algum momento esse dia poderia chegar
Como em uma história cinematográfica
Industria cultural
Turning ponit

Não podia ser diferente
Isso é hollywood
Por mais que a produção bucólica francesa
Nos admire
Nós fingimos que não
Mas sempre incendiamos tudo
Em um amor clássico
Que roça a eternidade

Nós somos vermelho azul e branco
E começou a tempo de viver
Sentindo todas as cores
Pulsando cada estação

Isso é sagrado
Tentei explicar como
Mas perto de você sou infinito
Em um universo com tantos pontos
E estrelas que se intercomunicam
* * *

Tentei ligar os laços
Em tantos olhares que você nem imagina
E um dia cheguei a acreditar
Que  pra ser feliz não precisava ser eterno
Que poderia continuar indo
Apanhando aqui e ali algum sorriso
Dessas almas que me cativam mas não me embebedam

Se te deixasse passar
Se ligasse os motores da estratégia
De rigorosos planos e linhas traçadas
Teria escolhido por ser  mortal
Mas sabe meu bem...
Como Arthur arrancou a espada
Esse é o grande momento
E não estou nessa vida à passeio
Você renasceu o mito que existe em mim
Meu coração bate
E meus dias tem mais sentido

Nossos medos são monstros
Com sete cabeças
Metros de comprimento
Tentam nos puxar pra terra
Nos convencer das efemeridades desse mundo
Mas acredite... nos somos fortes!
E não estamos sós!








segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A northern soul

Meu mundo definido
Com palavras prontas
Alertas e códigos para cada evento
Meus riscos calculados
Perícia
Prudência 

Vocês acham que eu cruzei a linha
Mas sempre estive no limite
Coração quente
Mente fria

Vocês me alertaram quanto ao calor
Mas o perigo sempre esteve no frio
A torrente polar não dança

Vocês me disseram que a terra cobra seu preço
Que encanta em suas coxas 
Que não há nada igual
Mas a avalanche vem de cima do equador 

Esse nariz rosado 
Olhos apertados
E um jeito todo acertado em ser desajeitada

Sou um latino
O norte não me convence
As embarcações do lácio sempre apontaram para o sul
Somos os filhos bastardos do sol 
Dos tambores
Nós não aprendemos a semear e esperar colher
Nossa alegria está no caminhar
Em conquistar

Mas o ártico
Ahh... o norte!
Com seus mares pequenos
Sua terra de impérios, histórias e batalhas
Sinfonias, filosofia, maquinas e matemática
Ahh
Esse norte nunca me convenceu!
Com suas salsichas e culinária de subsistência
Eu sinto a vida
Eu sou a vida
Meu coração se arma de sentido na beleza
No gosto, no cheiro
Despreza a razão 
E ainda que calcule os riscos..
Se arrisca!

Sou latino
Esse ser que se entrega pela metade
Esse filho bastardo
Avaliador de riscos
Que dança
Mas não se funde completamente na música
Nunca andará nu como um índio
Mas toma feliz três banhos ao dia 

Nossa natureza é essa incapacidade de ser completo
E ainda assim ser
Se completando na incompletude
Não fazemos sentido 

As terras do sul 
Sempre foram e sempre serão as únicas que importam
Seja no extremo leste do timor
No mar do caribe 
Ou no Congo...que nunca foi belga

Mas algo de estranho as vezes me acontece
Bagunça minha bússola 
E a estrela guia corre para o norte

A irracionalidade tão clara e prazerosa 
De um mar azul  ensandecedor
Se nubla em pinheiros e neve completando tudo
Minha adrenalina sobe
E meu mundo se inverte

Queria não fazer sentido assim fazendo
Não ser claro assim sendo
E tudo estaria mais ou menos organizado
Planejado
Mas uma corrente de ar arrebentou por minha janela
 Vejo 
A direção e o sentido de um mundo que não é o meu
Mas que me arrasta
Me puxa com violência
Arrebata
E me faz feliz 





Obrigado pelo bom gosto

Meus ombros são largos
Meu coração é grande
Minha coragem é valente

Meus ombros são largos
Meu coração é grande
Minha coragem é valente

Esse é meu maior desafio
Coincidências existem?
No meu mundo intrincado
Em um equilíbrio complicado
Ele diz "Take my hand"
Isso me remete uma longa distancia
Remete um mundo inteiro

Meu anjo é um gladiador invicto
Contra ele nada nem ninguém nunca pôde
Mas nada é tão gratuito
Esse heroí tem um senso de humor particular
E o universo parece rir de mim

"Wise men say
Only fools rush in
But I can't help
Falling in love with you"

Poderia dizer que as coisas
Chegam em nós quando elas precisam chegar
Mas isso meu caro anjo
É uma reflexão que vc já conhece
E não uma resposta....

Mas obrigado pelo bom gosto

Essa metáfora

Veja as luzes
Os faróis dos carros
Só existem no anoitecer

Veja as estrelas
Até estiveram aqui durante o dia
Mas você só as vê com o céu escuro

As coisas podem ser mais ou menos assim
Baby você me conhece
Eu não gosto de apostas
Não sou um homem que joga

Meus pés sentem a vibração do motor
Eu controlo milhares de cavalos
Sou cirúrgico
Sinto a medida de potência
Torno leve um corpo pesado no tempo e no espaço

Mas meu bem
Não sou mágico
E tenho meus limites
Essa adrenalina me toma
Célula por célula
E de noite cada músculo dói

Você me injeta isso
No miocardio
O estímulo resposta é rápido

Isso me deixa louco
Minha mente não descansa
Eu funciono à altas rotações
O quanto  eu posso aguentar não sei

Essa metáfora da noite
Quando já não vejo nada
Mas meu céu brilha
Você bagunça o sr certinho aqui

O que eu posso ver?
Quem eu sou e como tudo será?
Você voltará pra mim?

No horizonte nada mais que um palmo
De longe os faróis
Em uma viagem distante
Alucinante
No céu a certeza do infinito
E do....desconhecido!
É agora ou nunca?




domingo, 5 de fevereiro de 2017

suçuarana

É, encham os pulmões
Subam nos telhados
Gritem bem alto
Levantem a cidade
Chamem os profetas
Reescrevam a história
Calibrem os barômetros
O tempo mudou

Voltem pra casa
Tirem a tarde livre
Repensem seus movimentos
Desliguem os relógios

Aqui vamos nós
Eu dou o compasso
Eu sou o compasso
Façam suas escolhas
A sorte mudou
Aproveitaremos o vento norte

Baixem os decretos
A favela será a côrte
Tomaremos o que não é nosso
O que não era pra ser
O que não foi feito pra ser
Sairemos das nossas posições

Fundo em nossas mentes
Nós achamos às chaves
Sem medo
Levantamos nossos pés
Ninguém entende
Somos os loas
Nossos santos e entidades
Somos a furia e a beleza

Eu não canto sozinho
Dou o compasso
Com mil pés marchando ao meu lado
Nunca estive só
Apenas adormecido

Respire o mais fundo que puder
Feche os olhos
E sinta a terra tremer
A melodia mais suave que nosso tempo já viveu

Eu estive aqui o tempo todo
Mas agora você pode me ver