quinta-feira, 30 de março de 2017

Para que eu me lembre

Fico tão triste
Sozinho e confuso
Não sou a carcaça de metal pretendida

As noites são ao mesmo tempo
Um refugio e um desespero
Sempre à procura de alguém
Pra preencher esse espaço de solidão

Não quero me encontrar comigo mesmo
Ver minha face
Encarar o tempo

Qualquer companhia é melhor do que nada
Mas você sabe e eu sei
É a lua refletida na água

Meu peito queima uma dor fina e extensa
Aprendi a me drogar
Me enganar
Libero minha endorfina
Dopamina

Nada quimicamente artificial
Mas psicologicamente tóxico

Não sei bem o dia em que o abandono se deu
Não sei de quem é a culpa
Mas eu só não queria estar só

Eu enterro fundo essa história
Desrespeito minhas dores
Com vista grossa e punho cerrado




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