segunda-feira, 6 de março de 2017

Paralelo


Trancado em um quarto
Sem ver o dia
Quando escurecia
Se era passado ou presente
Riscou as paredes
Mergulhou no chão
Bateu com a cabeça
Pediu por ajuda

Procurou nos pulmões
No meio da madrugada
Batiam na janela
Pediam pra entrar
Um choro sofrido
De longe
Com anéis tilintavam a grade
Enfiou a cabeça nos travesseiros
Ouvia os passos rondando a casa
Escutou pegadas no telhado
Gritos atormentados de loucura

Seis dias acordado
Acreditou não ter dormido
Talvez tivesse morrido
Ninguém respondia
Cortou-se 
A dor esvaziava em vermelho viscoso
Sem saber como
Estava vivo
Mas onde
E quando?

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