segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Eu sou o amor

Ah meu bem,
Se você soubesse..
Eu só quero amar estupidamente
Com a força de um tornado

Revirando tudo
Sem deixar pedra sobre pedra
Ah meu bem
Eu sou um rio caudaloso
Comprimido em margens estreitas

Ahh meu bem
Eu só espero de você o mínimo
Que seja leve
Que seja boa

Não custa muito não se vender por pouco
Eu sei
Parece difícil
O mundo nos cobra saber ferir

Mas eu te digo
O paradoxo da paz
É sua violência

Se amas com violência
A ti mesma, ao próximo
Se te respeitas com violência
A ti mesma, ao próximo
Terás paz

O grito fica guardado bem fundo
A fera que reina na floresta
Não aparece por acaso

A vida tenta nos fragmentar em pequenas coisas
Pequenos desejos mesquinhos
Pequenas necessidades forjadas
Como escravos querem que desçamos em uma arena
Onde o último sobrevivente se vangloria por estar só
Por ter passado por cima de seu igual

Meu bem
Sejamos fortes e violentos
Saibamos amar

E quando o medo bater em nossa porta
Saiba que eu também poderei estar assustado
Mas eu sou a fera
Eu sou o grito guardado
O rio que tudo arrasta
Então quando quiserem levar até o que você não tem
Quando disserem que já não há jeito
Que as coisas não vão bem
Lembre-se que você não estará sozinha

Mas você não é a sombra
A companhia
A passageira
Você é também a fera
O raio
A potência

Lembraremos um ao outro
Que não somos mortais
Que somos violentos
Que nossos olhos brilham
Que falamos com o mar
Com o tempo
Com o vento
E somos filhos do infinito

Eu só, sou mais um
Fútil, frágil, fugaz
Sem brilho
Sem cor
Sem raça


Eu te preciso
Eu te quero
Eu sou o amor


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